8 de abril de 2009

200 Milhas de Imola

Há corridas assim. Nascem bem, crescem e, mesmo quando definham e morrem, deixam uma marca que faz com que nunca se esqueçam. Não há muitas. As 200 Milhas de Imola são uma dessas provas.

Uma corrida de velocidade de média distância, em circuito fechado, é algo pouco comum na Europa. Há o eterno TT na Ilha de Man e as mais longas provas de Resistência. Mas do que falo, é de algo como as 200 Milhas de Daytona, que se correm desde os anos 30. A prova da Florida granjeou uma reputação que a tornou referência no mundo da velocidade mesmo definhando na última década e meia. Dela aqui falaremos um dia.

Na Europa, as 200 Milhas de Imola, em Itália, nasceram à sua imagem e semelhança. Nem a terminologia da distância mudaram. A ideia foi do entusiasta italiano Francesco Costa.

Em 1972 (23 de Abril) correu-se a primeira edição, com um plantel de luxo à partida: Phill Read em Norton, John Cooper em BSA, Helmut Dahne em BMW, Paul Smart na Ducati, Jack Findlay em Moto Guzzi, Agostini na MV Agusta. “Mino” teve problemas com na moto do Conde Agusta, desistindo, e deixou na luta pela vitória as Ducati de Smart e Spaggiari, com vantagem final do inglês.

Um daqueles momentos magníficos da história do motociclismo desportivo. Foi em homenagem desta vitória que a Ducati lançou recentemente a Sport Classic 1000 “Paul Smart” Limited Edition.

Por Imola passaram grandes nomes e grandes motos. Em 1973 Jarno Saarinen (um dos mais talentosos da sua geração, prematuramente desaparecido) vence em Daytona e em Imola. No ano seguinte Agostini, recém contratado pela Yamaha, repete a proeza.

Depois foi Roberts, Cecotto, as Yamaha TZ 750 a brilharem. Até 1978, as 200 Milhas vivem a sua época de ouro, com cerca de 140 mil espectadores no circuito e cobertura televisiva em Itália. Mas nos anos 80 a prova entra em declínio e rapidamente perde interesse. Eddie Lawson vence a última edição, em 1985. “Cecco” Costa morre em 1988.

Embora Imola tenha voltado a receber provas de velocidade, nomeadamente do Mundial, a atmosfera que se vivia nas 200 Milhas foi irrepetível.





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