31 de dezembro de 2011

Vamos a ele!


O ano que agora acaba foi complicado. O que aí vem será, certamente, em muitos aspectos do quotidiano, ainda pior. Mas é a lei da vida. Sem atalhos, nem retrocessos. Para avançar é preciso superar as dificuldades. Enfrentar a vida de frente, dar um passo de cada vez, mas com a certeza de que teremos de construir um futuro melhor. Um futuro que nos traga, não mais riqueza, mas mais felicidade. Um futuro em que possamos fazer coisas novas, contribuindo também para a felicidade dos outros. Um futuro mais solidário.

No que diz respeito ao tema que aqui mais vezes visitamos - as motos e o mundo que as rodeia - 2011 foi um ano com alguns feitos assinaláveis: tivemos o primeiro Campeão do Mundo de motociclismo, com o Helder Rodrigues, vimos pela primeira vez um piloto luso em permanência no palco principal do motociclismo desportivo, com o Miguel Oliveira nas 125cc. no plano nacional, o REVtv foi o primeiro programa inteiramente dedicado às motos a passar na televisão nacional. Mais de um milhão de pessoas viram o programa. Tornou-se - apesar da ignorância a que foi votado pela maior parte do sector - o maior sucesso de comunicação das motos em Portugal. Mas, mesmo com estes "sinais", o mercado motociclístico nacional continua, em muitos aspectos, a sofrer da mesma endémica insuficiência que o afecta no campo das ideias. Há muita gente que está há demasiado tempo à frente do destino de algumas empresas do sector e que, visivelmente, está absolutamente fora "do ritmo" dos tempos que correm. Talvez a crise tenha isso de bom: vai "limpar" muita coisa.

Apesar das contrariedades, das dificuldades e dos obstáculos, 2012 será para mim um ano especial. Lá mais para Agosto comemoro 30 anos de profissão. E posso garantir a todos os que fazem o favor de me ler -  desde sempre, há 10 anos ou há 15 dias - que continuarei a pensar pela minha cabeça e a escrever em conformidade, com a mesma paixão e entusiasmo do primeiro dia.

Venha lá esse 2012. Vamos a ele!

22 de dezembro de 2011

12 de dezembro de 2011

10 de dezembro de 2011

7 de dezembro de 2011

Triumph Factory Team

A notícia tem passado praticamente despercebida na Europa e nos meios "especializados", mas para os americanos e para meia dúzia de "freaks" do flat track (como eu!) ela reveste-se da maior importância: a Triumph está de volta às ovais de dirt do AMA Grand National Championship com uma equipa oficial.

A notícia surgiu esta semana e confirma a participação da equipa "Bonneville Performance" de Bill Gately na classe principal do GNC em 2012, a Expert Twins. Esta formação, nos últimos dois anos tem apostado no desenvolvimento do bicilíndrico britânico para lhe conferir competitividade. Em 2010, com Shawn Baer, a equipa conseguiu a sua primeira qualificação para uma Final, na Milha de Minnesota, terminando no nono lugar, a melhor classificação de uma Triumph no GNC desde os anos de ouro da marca nos anos 70.

Em 2011 a equipa conseguiu três qualificações para o "Main Event" (Final), tendo Baer conseguido como melhor classificação o 14º posto na primeira visita do ano à Milha de Springfield.

Para defender as cores da marca em 2012 a escolha da Triumph recaíu sobre o jovem Mikey Martin, uma das grandes esperanças do Flat track na América, Campeão em Título das Pro-Singles.

O regresso da marca inglesa às pistas onde ganhou reputação nos Estados Unidos é uma saudável notícia para a especialidade que nos últimos anos tem visto o reinado da Harley-Davidson "ameaçado" por marcas como a Kawasaki e a Ducati que, nas duas últimas temporadas, conseguiram vitórias na disciplina.

As fotos que publicamos são da:  http://www.bonnevilleperformance.com e foram partilhadas pelo blogue do nosso amigo Gary Inman: http://sideburnmag.blogspot.com.






6 de dezembro de 2011

Campeões Flat track

Este ano não dei nota, aqui no blogue, do andamento do AMA Flat track como habitualmente fazia e era meu desejo. Fica uma nota final para assinalar os Campeões: Michael Martin impôs-se na categoria Pro Singles (monocilíndricas, promoção), Sammy Halbert (Yamaha) venceu as Expert Singles, Jared Mees (Harley-Davidson) foi o melhor na classe Expert Twins (bicilíndricas) e Jake Johnson (Harley-Davidson) manteve a placa nº1 ao ser o melhor no Combinado (monocilíndricas + bicilíndricas).

Junto um vídeo do sítio The FastandDirty.com com alguns dos melhores momentos da temporada.


2011 AMA Pro Flat Track Season Highlight Video from TheFastandDirty.com on Vimeo.




Rollerburn (by Sideburn)


Rollerburn: The Documentary from SIDEBURN on Vimeo.

5 de dezembro de 2011

3 de dezembro de 2011

25 de novembro de 2011

20 de novembro de 2011

Ups!... He did it again!

Depois da exibição de Valência, dose idêntica em Jerez. "Pole" e vitória (só faltou a VMR). Miguel Oliveira já é um nome absolutamente incontornável no panorama motociclístico mundial. Não só por escrever história na categoria Moto3, como pelo talento que voltou a tornar evidente nesta fase final do CEV. Será que ainda não tem um contrato à frente para assinar?...


13 de novembro de 2011

Histórico II

E pronto! À "pole" de ontem, seguiu-se a primeira vitória de uma Moto3 em corrida, com o Miguel aos comandos. Deu seis segundos ao segundo classificado, 14 e 17 às vedetas Alex Marquez e Alex Rins, respectivamente, e ainda fez a Volta Mais Rápida.

Se o Miguel ainda tiver que pagar para conseguir um lugar na grelha do Mundial de Moto3 na próxima temporada, então está tudo errado no mundo do desporto motorizado!



Histórico

A primeira "pole" de sempre de uma máquina da nova categoria Moto3 foi obtida pelo lusitano Miguel Oliveira. Sai na frente para a penúltima corrida do CEV (que reúne motos de 125cc e Moto3), hoje, em Valência.


12 de novembro de 2011

Riding for nothing


Cafe Racer 351 - Riding for Nothing from Cafe Racer 351 on Vimeo.

Pela porta dos fundos

Loris Capirossi "esticou" a sua actividade para além do que a sua carreira exigiria, acabando por ter uma retirada dos palcos muito pouco condizente com o seu real papel no motociclismo desportivo dos últimos 20 anos.

O piloto italiano, Campeão do Mundo de 125 cc em 1990 e 91, merecia uma saída da competição pela porta grande, quando ainda era tido como um talento a considerar e potencial ganhador de corridas ao mais alto nível. Nos últimos anos, "Capirex" limitou-se a ser "mais um" e tornou-se mais ou menos evidente a sua falta de motivação. Deixando-se arrastar pelo paddock no crepúsculo da carreira, só restou a Capirossi a saída pela porta dos fundos, discreta, sem provocar nos adeptos deste maravilhoso desporto qualquer especial emoção ou homenagem.

22 anos em actividade, 328 GPs disputados, 29 vitórias e 99 pódios não deixam de ser, porém, uma "folha de serviço" dourada.


11 de novembro de 2011

23 de outubro de 2011

SuperSic

Não era sequer um piloto pelo qual sentisse, pessoalmente, grande admiração. Apesar da sua forma extrovertida e muito latina de ser. De criar amigos com facilidade e de ter uma forma "quente" de estar no desporto. Mas, sim, admirava-o. Por essas razões.

Marco Simoncelli, 24 anos, natural de Cattolica, terra de profundas tradições motorizadas, era um talento em estado puro. A sua vontade superava, por vezes, o seu talento. Ficará por apurar, ou não, se a sua última queda terá sido exemplo dessa sua "imagem de marca". SuperSic era, pela sua maneira de ser, o contrário de quase todos os pilotos que hoje ocupam o paddock do MotoGP.

Não chegaremos a saber até onde poderia ir Simoncelli na sua carreira. Mas, apesar da passagem breve pelo palco máximo do motociclismo, Simoncelli (como Daijiro Kato antes), dificilmente será esquecido.

R.I.P.

16 de outubro de 2011

Stoner melhor que Rossi

Parece cada vez mais claro, Casey Stoner "corre o risco" de ser considerado melhor que Rossi. Corre? Claro que corre!

É evidente que não me refiro a estatísticas, nem quero, principalmente, apagar, ignorando, o passado glorioso e imaculado (até agora) do talentoso italiano que foi Campeão do Mundo em 125, 250, 500 e MotoGP 990 e 800, sendo que, na classe rainha, ganhou títulos com Yamaha e com Honda. Stoner não fez nada disso... "Limitou-se" a ser Campeão do Mundo de MotoGP 800 com a Ducati quando se dizia ser a melhor moto desse ano. E era-o indiscutivelmente. Até hoje.

Hoje, Casey Stoner, no dia do seu aniversário, voltou a conseguir o título máximo do motociclismo e a oferecer à Honda o primeiro galardão na classe de 800cc, provando que o primeiro construtor mundial, afinal, também era capaz de ganhar e que só a sua cega aposta num cada vez mais desolante Pedrosa, impediu que tal acontecesse antes. E, também, provar que a Honda podia ganhar sem uma moto desenvolvida por Rossi.

Não quero, também, insinuar que Stoner é melhor que Rossi porque, no mano-a-mano, em duelo directo, como naquela inesquecível disputa de Laguna Seca, o italiano bateu o australiano. Mas aí não é só talento, é feitio!

Quando Livio Suppo deixou, discretamente, a Ducati e partiu para a Honda levou um plano. E esse plano, entre outras coisas, consistia, no essencial, em devolver a hegemonia da marca na categoria, apoiando-se naquele que, na opinião do "manager" transalpino, seria o único piloto capaz de bater Valentino Rossi, estivesse este aos comandos da moto que estivesse.

A época brilhante de Stoner deu-lhe razão.

O piloto da Honda foi mais forte, não apenas porque teve a melhor moto (e teve!), mas também porque soube dela tirar partido de forma inequívoca e inquestionável. Como Rossi antes fazia, afinal. O sucesso de Stoner crescia, ao longo da época, com o passar das corridas, na mesma proporção que o "desaire" da ligação Rossi/Ducati evoluía para mais caricatos e rebuscados episódios.

No fim, a observação dita uma única verdade: Stoner, que foi o único piloto a fazer ganhar a Ducati 800, venceu no seu primeiro ano aos comandos de uma moto diametralmente oposta à anterior. No reverso dessa mesma medalha, Rossi sucumbiu à "síndrome vermelha" que antes envergonhara um piloto talentoso como Marco Melandri, no primeiro ano em que se viu aos comandos da moto de Borgo Panigale, desentendendo-se de tal maneira que obrigou a sua marca, de infinitamente mais pequenos recursos que os gigantes japoneses, a desdobrar-se na procura de soluções, nenhuma delas à altura do talento de Sua Majestade. Nem o "Feiticeiro de Oz", Jeremy Burgess, lhe valeu desta vez. O Super-Homem é, afinal, Clark Kent.

Rossi voltará aos dias de glória? Claro que sim. Mas dificilmente com a mesma facilidade, autoridade e arrogância que antes. Stoner não vai deixar.



10 de outubro de 2011

Campeão do Mundo

O Hélder Rodrigues é o primeiro Campeão do Mundo de motociclismo português. A proeza - e acreditem que é! - foi alcançada por um piloto que desde jovem revelou os talentos, a técnica e a persistência para chegar ao topo. "Primus inter pares".

Mas ao Hélder, que tem um palmarés recheado, nunca faltou humildade e simpatia para com a imprensa e para todos os que o rodeiam, a começar pelos fãs. O Hélder - confessava-me alguém próximo de si e um dos seus principais apoiantes, hoje, na recepção da Portela - "não esquece quem o apoia e não vira as costas a quem o ajuda". Pergunto: neste e noutros desportos haverá muitos sobre quem se possa dizer o mesmo, numa sociedade cada vez mais "desumanizadamente" competitiva e fria?!... Também por isso, ou principalmente por isso, o Hélder merece este título. Os que o apoiaram, acreditando sempre, também.

E agora que venha a vitória no "Dakar".


6 de outubro de 2011

Steve Jobs

Este homem quis mudar o mundo. E mudou!


26 de setembro de 2011

Serei um Vespista?...

Há qualquer coisa como vinte anos - mais um, menos dois - que não guiava uma scooter com mudanças no punho. Penso que terá sido ainda nos meus tempos da Moto Jornal (1987-1991). Embora este tipo de moto não me possa ser de todo estranha, pois aprendi a conduzir numa Heinkel (é verdade!...) deveria ter uns 11 ou 12 anos, já lá ía tempo...

A cultura Vespista sempre me fascinou. O meu próprio Pai foi um Vespista dedicado nos anos 50 do século passado (dos primeiros, portanto) antes de se tornar  - a ele e a mim - num Triumphista. A verdade é que nunca me "puxou" para a máquina nascida do génio de Corradino D'Ascanio e da visão de Enrico Piaggio. Manias...

No entanto, por força de um trabalho que a REV Motorcycle Culture vai publicar na sua próxima edição (à venda a 22 de Novembro) tenho tido o grato prazer de "conviver" com uma das PX 125 que a Piaggio, em boa hora, voltou a comercializar, ainda e sempre com o motor a dois tempos, com o inconfundível zumbido que lhe deu nome e fez escola. E agora, para mais, capaz de cumprir as mais recentes normas europeias de emissões poluentes.

Estou a adorar! A velocidade moderada, as mudanças de punho, incluindo os "pregos", a agilidade, o desenho, tudo na pequena Vespa me tem vindo a cativar e me tem obrigado a olhar para o fenómeno com outros olhos. Já não era sem tempo...

Afinal, a PX 125 não é uma imitação da "coisa"; não é, sequer, uma homenagem à "coisa". A PX 125 é a própria "coisa".

Apesar de tardio, serei eu um Vespista?...




12 de setembro de 2011

Shayna Texter

A norte-americana Shayna Texter fez história ao vencer a corrida das Pro-Singles (monocilíndricas, classe promoção) do AMA flat track em Knoxville, aos comandos de uma Honda CRF 450. Num desporto de homens, especialmente duro como é o dirt track, também há lugar para vitórias no feminino.

11 de setembro de 2011

31 de agosto de 2011

22 de agosto de 2011

Peoria TT 2011

Teve lugar no fim de semana que passou uma das maiores clássicas do motociclismo norte-americano, o Peoria TT, que decorreu num ambiente de homenagem ao recentemente desaparecido Gary Nixon, com organização e muitos pilotos a usarem a t-shirt "Gary Nixon Enterprises".

A prova terminou com a sétima vitória consecutiva de Henry Wiles (Kawasaki nº17) à frente de Jared Mees (Honda nº9) e Sammy Halbert (Yamaha). No GNC-Expert Singles (monociclíndricas) Halbert lidera, à frente de Jake Johnson, Jared Mees e Heny Wiles. No GNC- Expert Twins (biclíndricas), o domínio vai pertencendo a Jared Mees, vencedor de três das seis provas já corridas. Seguem-se Bryan Smith, Sammy Halbert e Kenny Coolbeth Jr. No combinado, Sammy Halbert é o líder após 14 provas, com quatro vitórias, à frente de Jared Mees (3 vitórias), Jake Johnson e Kenny Coolbeth Jr, ambos com duas vitórias.

O campeonato deveria prosseguir no próximo fim de semana com outra clássica - a Milha de Indianapolis - mas a recente tragédia verificada no recinto da feira, com a queda da cobertura de um palco, impede a abertura do recinto e, consequentemente, a realização da prova.


17 de agosto de 2011

Castiglioni

Faleceu Claudio Castiglioni. O meu amigo David Félix escreveu no fórum caferacer351.com o seguinte texto de homenagem. Com a devida vénia, aqui reproduzo:

A partir dos "restos" da Aermacchi ajudou o seu pai a levantar a Cagiva.

Fundou a CRC. A referência no design nas duas rodas.

Comprou a Ducati numa fase moribunda. Tornou-a competitiva. Tornou-a rentável. Tornou-a na marca visualmente apelativa que é hoje.

Colocou a Cagiva no GP500. Por outras palavras, colocou uma marca Europeia no GP500.

Fez renascer a Husqvarna.

Fez renascer a MV Agusta.

Fecha-se hoje um capitulo na história do Motociclismo Mundial. Sobretudo Europeu.


12 de agosto de 2011

De Pai para filho (o rescaldo)

Em relação à viagem que efectuei com o meu Pai, em 1974, o país parece outro. Desta vez, com o meu filho mais velho, apesar de um ritmo bastante contido, fomos mais céleres. Demos a "volta" em quatro dias apenas; dois para cima, com dormida na Figueira da Foz, um no Porto, outro para baixo.

Mas o objectivo foi cumprido e se, no final do primeiro dia, o João, claramente, sentia falta das brincadeiras com o irmão, à partida para o último perguntou-me se podíamos ficar mais um dia...

Aqui ficam apenas alguns "retratos" a marcar o trajecto. Acho que a expressão dos rostos de ambos explica tudo.

Ericeira

Lagoa de Óbidos

Serra da Boa Viagem

Costa Nova

Porto

Reabastecimento após Coimbra

7 de agosto de 2011

De Pai para filho

Em Agosto de 1974, o meu Pai levou-me na minha primeira "grande" viagem de moto. Eu tinha 10 anos. Carregámos a Heinkel Tourist e partimos para o norte, vestidos de igual... Uma semana que nunca mais esqueci e talvez tenha marcado muito do que acabei por ser.

Porque acredito em tradições, amanhã, 37 anos depois, parto para fazer a mesma viagem levando à pendura o meu filho mais velho que completa 10 anos neste mês de Agosto.

5 de agosto de 2011

R.I.P. Gary Nixon

Faleceu, aos 70 anos de idade, devido a complicações cardíacas, uma das mais importantes figuras do motociclismo desportivo americano: Gary Nixon.

Considerado um dos pilotos mais "cool" de sempre, Gary foi duas vezes AMA National Champion e uma figura incontornável das equipas Triumph dos anos 70 nos Estados Unidos.

Rest In Peace.

3 de agosto de 2011

2 de agosto de 2011

A crise, ou um sinal dos tempos?

O fim de semana até correra bem para as cores da Yamaha. Embora sem nenhuma vitória, a marca colocara os seus dois pilotos no pódio, em ambas as mangas da nona jornada do Mundial de Superbikes deste ano, em Silverstone.

Eugene Laverty, um piloto em quem se deposita grande esperança para o futuro fora segundo e comandara ambas as mangas, Marco Melandri que vinha de duas vitórias nas quatro últimas mangas, fechou o pódio. O italiano foi mesmo dos pilotos mais falados durante o fim de semana pois vira o seu contrato automaticamente renovado com a marca por ocupar uma posição nos três primeiros do campeonato a 31 de Julho... Era a primeira vez em quatro anos que Melandri não teria de mudar de equipa. Era a primeira vez, desde 2008, que a equipa Yamaha em SBK ía manter os seus pilotos duas época seguidas.

Tudo parecia correr bem; e no entanto... A 1 de Agosto, no dia a seguir à prova inglesa, a Yamaha divulgou um comunicado em que anunciou o seu abandono do campeonato de motos derivadas de série, justificando este medida com um reenquadramento da sua estratégia de marketing para a Europa. Em português que todos percebam, devido à enorme quebra de vendas das motos super-desportivas no Velho Continente, a marca vai deixar de gastar as verbas que investia na manutenção dos programas desportivos, limitando-se a fornecer material a equipas privadas.

Por isso, entendemos que, mais que um reflexo da crise que a economia mundial atravessa e dos dias difíceis que afligem a zona Euro, e também o Japão, esta medida enquadra-se numa redefinição de estratégias comerciais das grandes marcas que deixam de ver nas corridas um bom investimento dado que estas não têm consequência nas vendas do dia a dia. Na semana anterior à corrida de Silverstone, alguma imprensa italiana deu conta de um possível abandono da Aprilia no final da próxima época (se não antes...) motivada exactamente pelas mesmas razões. As vendas em stand da RSV4 estão muito aquém do esperado, apesar de se tratar de uma moto comprovadamente eficiente e... Campeã do Mundo!

Por outro lado, com o aproximar das regras do MotoGP às motos de série (vai passar a ser possível utilizar blocos de série e a cilindrada sobe para 1000 cc, ou seja, a cilindrada das tetracilíndricas desportivas que correm nas SBK... e este tema dava outro artigo), as marcas não vêem necessidade de gastar dinheiro a manter programas desportivos e desevolvimento tecnológico em paralelo, preferindo, quase de certeza, concentrarem-se no MotoGP que é muito mais impactante em termos de marketing e funciona melhor como laboratório de tecnologia pois as fronteiras estão num horizonte mais distante do que as restrições impostas às motos derivadas de série.

O mesmo caminho parece estar a seguir a Suzuki (aí com problemas acrescidos, pois durante décadas, os seus produtos âncora foram as motos super-desportivas) e não nos espantaria se a Honda seguisse a mesma via. Só a Kawasaki parece estar verdadeiramente contra a corrente.

Talvez seja cedo para afirmá-lo, mas o desporto motorizado de duas rodas pode estar à beira de uma grande reforma, na qual campeonatos e classes vão desaparecer abrindo novas vias para o futuro.

24 de julho de 2011

22 de julho de 2011

20 de julho de 2011