31 de janeiro de 2010

Wide Glide

A Harley-Davidson Dyna Wide Glide - especialmente na pintura que exibe nesta imagem - é, em minha opinião, uma das mais bonitas custom/cruiser deste ano. Espírito dos anos setenta, "atitude" em conformidade e um comportamento bastante eficaz para o perfil que assume. Gosto!

30 de janeiro de 2010

Cara nova no paddock

Há uma cara nova na cena internacional da velocidade. Bom, não completamente nova, mas a sua chegada à equipa de fábrica da Triumph, fez incidir sobre o (ainda) jovem Jason Di Salvo, alguns holofotes a que o próprio piloto não estava habituado.

Di Salvo (a importância de ter um americano a correr pela marca poderá não ser de todo alheia à sua presença) testou em Portimão e foi o terceiro mais rápido dos quatro "mosqueteiros" da Triumph ParkinGo BE1, deixando atrás de si um Charpentier ainda a reentrar no ritmo da competição.

Vale a pena ver a entrevista efectuada pelo excelente "OnTheThrottleTV".




29 de janeiro de 2010

Sexta à noite

As marcas e a imprensa

O título é ambicioso e daria para uma longa "postagem" neste blog. A minha experiência de 22 anos a lidar de muito perto com as marcas de motos (em Portugal, mas também fora de portas) confere-me uma visão completa e multiangular sobre aquilo que são as suas relações - sempre delicadas - com os jornalistas.

Vi de tudo, apanhei de tudo. Excelentes profissionais, dedicados e apaixonados pelo seu trabalho e pela sua marca (às vezes até mais do que o bom senso aconselharia) e autênticos desastres, sem qualquer ideia do que deve ser, e em que pilares deve assentar, este tipo de relação.

Mas não é sobre isso que vou escrever, antes a propósito de isso.

Correu ontem e hoje na internet uma história que não resisto a contar aqui. O jornal inglês Motorcycle News (MCN), uma importante referência internacional do jornalismo especializado, procurou, depois da publicação da primeiro teste da nova Honda VFR 1200 (no qual também estivémos presentes) efectuar um novo trabalho, mais aprofundado para o qual previa convidar alguns leitores, proprietários de modelos VFR anteriores, para que estes opinassem sobre a nova moto.

A Honda Inglaterra, tendo conhecimento daquilo que é o procedimento padrão do jornal quando testa motos novas, avisou que a moto só poderia ser conduzida por jornalistas e por mais ninguém. Considerando - adequadamente - tratar-se de uma ingerência na sua política editorial e uma tentativa de influenciar o trabalho final, o MCN, não só, recusou entrar no "jogo", como devolveu a moto à precedência.

Exemplar.

Não sei se em Portugal a imprensa especializada estará, hoje, em condições de actuar deste modo perante as marcas. Sei que, durante a minha passagem pela Moto Jornal e pela Motociclismo, sempre houve vários tipos de pressão.

Não acredito, no entanto, que a Honda Portugal caísse na tentação de fazer exigência idêntica à da sua homóloga inglesa. Um erro de palmatória que em nada contribui para a promoção da moto agora lançada.

28 de janeiro de 2010

Jorge Lorenzo na Triumph?

Naaaa... é o David Salom, um dos novos recrutas da marca inglesa para a sua super equipa de Supersport que é apoiado pelo Jorge Lorenzo e por isso compareceu em Portimão com um capacete igualzinho ao do "padrinho".

27 de janeiro de 2010

"Forty-eight"

A Harley-Davidson está, decididamente, apostada em afastar a imagem de "boazinha" para adoptar a de "boazona"!

Depois dos bons resultados obtidos com modelos como a Nighster, a Cross Bones e a Iron (e, se quisermos, já antes com a Street Bob e a Fat Bob, ou até com a Night Rod Special), a marca americana volta a romper com os cânones e a pôr de parte os cromados. Ao lançar a Sportster Forty-Eight, a Harley-Davidson continua a apostar num público mais jovem, mais 'rebelde', menos identificado com o "típico" cliente da marca nas últimas décadas.




26 de janeiro de 2010

Um país de serviços (ou de 'servicios'?)

Costumo soltar uma sonora gargalhada sempre que oiço dizer que Portugal é um país de serviços. Ou que está destinado a ser um país de serviços, já que não tem pesca, nem agricultura, nem indústria, nem matérias primas, nem petróleo, nem minerais, nem, na verdade, coisa nenhuma, pois deixou de ter tudo o que tinha devido à acção daqueles que entendem que Portugal deve - mesmo! - ser um país de serviços.

E rio-me porque, tal como qualquer pessoa minimamente informada, ou que tenha viajadoum pouco para lá de Badajoz, sabe que Portugal é um dos países onde o serviço (o atendimento, o relacionamento, a atenção ao) público é um dos piores, vá lá, do segundo mundo. Nem vale comparar com países socialmente desenvolvidos.

Querem um exemplo?

Sábado passado, depois de uma visita, na sexta à noite, à sede do Moto Clube de Faro e tendo pernoitado na capital algarvia, indo de Faro para Portimão, de moto, debaixo de chuva torrencial, para acompanhar o segundo dia dos treinos das SBK/SSP, vi acender a pequena luz laranja no tablier da minha moto. Parei numa das estações de serviço da Via do Infante. Não adianta dizer qual. Eram dez da manhã. Como SEMPRE faço, tirei o capacete e, colocada a moto no descanso central, peguei na mangueira da 95 e esperei que a 'bomba' disparasse... nada. Apenas a voz fanhosa grunhida no megafone: "É pré-pagamento!!!"

Voltei a colocar a mangueira no local e dirije-me pacientemente para a loja, não para cumprir o desígnio anunciado, mas para explicar, pela enésima vez na vida numa situação idêntica, que não podia pré-pagar porque não sabia que quantidade de gasolina ía meter, uma vez que pretendia atestar. Perante esta explicação, a resposta, cuspida detrás do balcão em direcção à porta onde eu me encontrava a escorrer água, foi qualquer coisa como: "Pois, mas aqui é pré-pagamento 24 horas." Insisti, agora mais devagarinho que não podia ser porque... "Então, mas oiça, não sabe mais ou menos quanto é que vai pôr?" Não valia a pena.

Ainda pacientemente (sim, que não vale a pena enervar-nos com a qualidade dos serviços) voltei à moto, pus o capacete, calcei as encharcadas luvas e fui meter gasolina para outro lado (e noutra marca, obviamente).

Não percebo esta mania que as empresas portuguesas de serviços - lá está! - têm de tratar o CLIENTE - supostamente o elo que lhes garante a sobrevivência do negócio - como CRIMINOSO!!! Pré-pagamento porquê?

Este tema que se arrasta há anos já há muito que devia ter sido tratado devidamente e sido decretado inconstitucional. Já nem falo de descriminação, porque neste caso, nem havia. Era mesmo assim: pré-pagamento, para todos e durante 24 horas!!! Quem atribuiu esta concessão privilegiadíssima, especialmente no verão, aceita e concorda com este cenário?

Isto é um país mas é de 'servicios'. De casas de banho, portanto. If you know what I mean...

Miguel Praia: a entrevista (II)

As dificuldades são visíveis no paddock de Supersport. Em Portimão apenas 14 motos marcaram presença para os treinos de início de temporada, apesar da grelha prever 21 motos. Estará o nível do campeonato de algum modo comprometido? Pedimos a opinião de Miguel Praia.

"Sim, o nível do campeonato poderá estagnar, ou melhor, talvez não o nível mas o fosso entre as equipas de topo e as outras. A Kawasaki e a Ten Kate cumpriram um programa de testes de inverno mais intensivo do que tinham feito no ano passado, devido à necessidade que têm de tentar recuperar a competitividade perdida; nós não, porque não temos meios comparáveis. As pequenas e médias equipas não têm capacidade financeira para acompanhar esse ritmo e isso pode cavar um fosso maior entre privados e oficiais. Houve muitos que não vieram a Portimão e os que vieram foi com meios limitados. Em matéria de competitividade, os da frente vão andar mais e melhor, como sempre, e os que estão mais limitados vão 'marcar passo'."

Mas não foi certamente por dificuldades financeiras, que a Galp abandonou o projecto Parkalgar. Uma decisão que deixa toda a gente ligada às duas rodas (e os muitos fãs da equipa, de Miguel Praia e habituais consumidores de óleos e combustíveis...) verdadeiramente incrédulos.

"Sinceramente, por vezes, não entendo a estratégia de marketing das marcas portuguesas. Se do ponto de vista desportivo a equipa não tivesse o retorno conseguido numa outra modalidade... agora, com os resultados que a equipa está a conseguir, tendo em conta o protagonismo que tem face ao investimento que as empresas estavam a fazer para estar presentes, era um retorno fantástico para aquilo que estava a investir... Se falarmos da Galp, que vende óleos e combustíveis, tinha aqui um parceiro que promove de uma forma exemplar o seu nome, vencendo corridas, e uma excelente oportunidade de testar e desenvolver os seus produtos e não o faz. Isto deixa-me bastante triste, não só como piloto, mas como português. Se temos tudo: protagonismo, retorno, performance, profissionalismo naquilo que fazemos, os números e os resultados estão à vista... não sei o que falta ao nosso projecto e que outros possam ter. Ou se calhar sei, mas são coisas que politicamente não se podem dizer. Entristece-me bastante."

E o que a Galp desaproveitou, a Elf vai aproveitar...

"Exactamente. A Elf não perdeu tempo e é uma marca que sabe melhjor que ninguém que qum compra um produto de qualidade, compra-o pela performance, pelas suas características e, nesse sentido, aliar-se a uma equipa vencedora é a melhor estratégia que há. A Galp, pelos vistos, pensa que o futebol poderá ajudar a vender os seus óleos. Eu nunca compraria um óleo porque ser o que o Cristiano Ronaldo usa no motor, pois isso não é garantia nenhuma de qualidade..."

A "Estrada" deseja ao Miguel Praia, ao Eugene Laverty e a toda a equipa Parkalgar as melhores felicidades e sucessos para a temporada que aí vem.

25 de janeiro de 2010

Miguel Praia: a entrevista (I)

Miguel Praia, o nosso único representante num campeonato do mundo de motociclismo de velocidade, prepara-se para mais uma temporada no "mundial" de Supersport , de novo aos comandos da Honda CBR 600RR da equipa Parkalgar.

Em Portimão, durante a sessão de testes de preparação que aí decorreu no passado fim de semana, Praia chegou mesmo a ser o mais rápido em pista, descontando o momento em que os "maiorais" calçaram pneus especiais de desenvolvimento cedidos pela Pirelli.

Falámos com ele no intervalo das sessões do segundo dia e começou por nos referir o seu objectivo para a época que se iniciará dentro de um mês na Austrália.

"Depois de em 2008 ter ficado nos 25 primeiros do campeonato e de, no ano passado, ter chegado ao top-15, será natural ambicionar, para este ano, um lugar nos dez primeiros da tabela final do campeonato. Este resultado que estou a conseguir aqui pode ser um pouco enganador, para mais em testes de inverno, pois é o meu circuito e já no ano passado correu muito bem. Oxalá que não, que eu consiga manter esta toada para toda a época, mas o objectivo é mesmo terminar nos dez primeiros e, se puder nalgumas corridas, lutar pelos cinco primeiros.
Para isso tenho de melhorar a consistência e marcar pontos em todas as provas, um aspecto muito importante. Na época passada houve corridas que me parecia poder ter acabado nos dez primeiros, mas nem eu nem a moto, se calhar, nalguns momentos, estávamos capazes de o fazer, o que veio a provocar algumas quedas. De maneira que este ano, também com algumas modificações dentro da equipa, temos tudo reunido para dar mais um passo na minha carreira. Os passos têm de ser muito bem medidos, pois é muito difícil vingar neste campeonato."

Que modificações na equipa foram essas?

"Basicamente houve uma alteração de chefe de motos, a pedido do Eugene (Laverty). O Mark 'Brains' é o responsável técnico da equipa e será este ano o responsável directo pela minha moto e o Phill que trabalhava comigo, passa a trabalhar com o Eugene. Eu já tinha trabalhado com o Mark, no final de 2008, depois do desaparecimento trágico do Craig (Jones), e agradou-me bastante. Sendo o Eugene o primeiro piloto da equipa e aquele que tem responsabilidade na conquista de um título, acatei bem a decisão, até porque o sentido da palavra equipa é mesmo esse. E posso acrescentar que está a correr muito bem."

Em termos de equipa, o objectivo para 29010 passa por conquistar o título?

"Sim; olhando para a tabela do ano passado, só o Crutchlow ficou à nossa frente, ele saíu para SBK, pelo que é legítimo pensar nesses termos. Penso que o Eugene, o Sofuoglu e o Lascorz serão os três pilotos que vão discutir o título, especialmente tendo em conta o trabalho que a Kawasaki e a Ten Kate efectuaram durante este inverno - os meios também são outros, uma vez que são equipas oficiais. Acho que vão dar mais luta do que deram no ano passado, sobretudo a Kawasaki que vai entrar num segundo ano de experiência e estes são campeonatos (SBK e SSP) em que a marca está muito empenhada depois da saída de MotoGP. A Ten Kate também, porque saíu de 2009 muito ferida no seu orgulho, e vai tentar recolocar a equipa na senda dos sete títulos consecutivos que tinha alcançado. Entre estes três, um deverá ser Campeão, mas será uma luta muito equilibrada."

A saída da equipa oficial da Yamaha vai sentir-se?

"É uma saída que se lamenta, especialmemte pela importância do Crutchlow, uma vez que o Foret continua, mas com outra moto e nem eu me vejo a ser batido por ele com o material de que disporá agora. O nível não irá baixar, mas são dois protagonistas que abandonam a luta pelos lugares da frente. É pena porque era uma equipa fantástica e a sua saída não é boa para o campeonato, mas não ficará mais fraco por isso."

E a aposta da Triumph que alinhará quatro motos, o que te parece?

"Sinceramente não percebo qual é a estratégia da Triumph, tendo em conta que tinha o Gary McCoy que fez dois pódios e era muito experiente e um fantástico piloto de testes também. A Triumph tinha condições para fazer um excelente campeonato em 2010 com o McCoy, mas penso que não foi muito feliz na escolha dos pilotos que fez. O Chaz Davies será claramente o ponta de lança da equipa devido ao seu talento, embora com uma estatura que não o favorece muito nas SSP, o DiSalvo poderá ser uma surpresa, o Charpentier não acredito que atinja o nível doutros tempos... não percebi muito bem."

CONTINUA