30 de novembro de 2009

Fim da linha

Em primeira mão, o meu último Editorial para a MOTOCICLISMO:

«Fim da linha

Quase dezanove anos depois, eu e a MOTOCICLISMO vamos seguir caminhos separados. Este é o meu último Editorial nesta revista.
Comecei o projecto, em Maio de 1991,empenhei nele tudo o que pude - muitas vezes, mais do que devia - e ele deu-me de volta uma realização profissional e uma bagagem de conhecimento, contactos e experiências que dificilmente alcançaria doutro modo.
Quando escolhi começar a MOTOCICLISMO em Portugal fi-lo com uma expectativa que foi, nalguns aspectos, em larga medida ultrapassada. Atingi todas as metas que esperava atingir e superei algumas delas. Saio por isso, duplamente satisfeito: realizado e com o sentimento do dever cumprido. Dei e recebi. Estamos quites.
Os últimos tempos foram, contudo, difíceis. A reestruturação que está a atingir esta empresa e que tem tido consequências bem visíveis no produto que chega às bancas, atingiu-me, agora, também a mim. A MOTOCICLISMO e eu próprio, para continuarmos o nosso caminho, não o poderíamos fazer juntos. Melhor assim. É como um filho que atinge a maioridade. É deixá-lo ir. A vida continua.
Deixei a minha assinatura nos maiores sucessos deste título: quando atingimos o patamar único dos 30.000 exemplares de circulação e quando, em Setembro último, ultrapassámos as 500 mil visitas mensais na Internet. Factos que correspondem a méritos que nada, nem ninguém, apagará.
Os últimos textos são, habitualmente, de agradecimento. A lista é, felizmente, demasiado extensa para aqui citar os nomes que viabilizaram, ajudaram, empurraram, apoiaram, partilharam e acarinharam esta revista ao longo de todos estes anos. Correria o risco de me esquecer, sem querer, de muitos. Gente anónima, apoiantes apaixonados, seguidores fervorosos, clientes, amigos, profissionais do sector, todos eles, sobretudo, LEITORES. Os confidentes com quem partilhámos histórias e reportagens, testes de motos e relatos de corridas. Os que, ainda hoje, se cruzam comigo e me dizem com um orgulho cúmplice “ainda tenho guardado o primeiro número”. A todos eles MUITO OBRIGADO.
Não me despeço porque sei que muitos de vós continuarão a ler-me “por aí” e que, provavelmente, voltaremos a encontrar-nos, mais cedo do que tarde, num quiosque, nas janelas virtuais ou, simplesmente, por onde continuarei seguramente a andar de moto, na estrada. Até já.»

A revista deverá estar nas bancas antes do final desta semana.

28 de novembro de 2009

Homicídio

Ontem à noite, em Lisboa, morreu mais um motociclista depois de abalroado por um automobilista que não parou num semáforo vermelho.

A sociedade tem o direito de perguntar:este condutor vai ser julgado por homicídio? Se sim, que pena efectiva irá cumprir? E vai voltar a conduzir?

27 de novembro de 2009

Sexta à noite

A acabar

Hoje escrevi pela última vez na MOTOCICLISMO a assinatura que, durante anos a fio, foi sinónimo de trabalho de qualidade (modéstia à parte).

Texto de Vítor Sousa
Fotos de Manuel Portugal

Ps: Manelinho, um grande abraço para ti. Outras estradas nos esperam. E outros rocks...

26 de novembro de 2009

Nova, mesmo nova

A Honda não costuma fazer por menos. É verdade que, muitas vezes, "limita-se" a produzir motos que "ensinam a conduzir". Há quem lhes aponte a falta de entusiasmo e a incapacidade de dotar as suas motos com o ADN da emoção. Sim, talvez. Mas também é verdade que ninguém tem esta capacidade de recriar a moto como a Honda.

Fê-lo tantas vezes na sua história que é algo natural para si. A nova VFR 1200 - que tive oportunidade de conduzir, ontem, 300 km nas montanhas em redor de Málaga - é mais uma dessas máquinas que se reinventa em si mesma, que faz avançar a linha da frente, redefine as fronteiras.

Mais do que a soma das partes (boas, inovadoras, tecnologicamente bem "engendradas"), a VFR dá um novo formato a um velho conceito (sport-touring) para o qual, inclusivamente, criou um outro nome (road-sport) e está, sem dúvida, à altura do legado do modelo e da história do V4 na marca japonesa. Fotos de acção de Manuel Portugal.

23 de novembro de 2009

Volto já

A caminho de Málaga para testar a nova Honda VFR.

Foi deus

Estes tipos são mesmo bons. Num dos primeiros posts deste blog falei-vos da casa australiana. De lá continuam a chegar produções de grande qualidade e criatividade como esta Harley-Davidson Nightster 1200.





20 de novembro de 2009

Sexta à noite

19 de novembro de 2009

Audaces Fortuna Juvat

Na família da minha Mãe, a tradição militar tem gerações. O meu tio avô foi um pioneiro da aviação militar tendo combatido na I Guerra Mundial (aqui falarei dele qualquer dia); o seu irmão, meu avô, era um oficial rebelde e cedo trocou a farda nacional pelas espingardas que combateram o franquismo na Guerra civil espanhola. A minha tia, irmã da minha mãe, veio a casar com um oficial da Armada que chegou ao almirantado.

A "tropa" chegou cedo, e em força, a minha casa. Os valores da honra, lealdade, amor à ideia de Pátria - "artigos" muito em desuso nos dias de hoje - foram-me incutidos desde logo. Vivendo na Amadora, os "comandos", "de Jaime Neves", em pleno Verão quente, foram uma influência forte na minha infância. Aos 15 anos, já sabia, de forma muito clara, que seria jornalista... ou "comando".

O jornalista "safou-se" primeiro, pelo que o "comando" acabou por não o ser.

O lema dos Comandos é o verso latino da Eneida de Virgílio: Audaces Fortuna Juvat, a Sorte Protege os Audazes. A "TripleS" relembrou-mo num comentário ao post anterior. Mas não precisava; na verdade é nele que tenho pensado, de modo especialmente forte e determinado, nestes últimos três dias.

17 de novembro de 2009

Digamos assim...

Hoje, 17 de Novembro de 2009, a administração da empresa onde trabalho há (faria em Fevereiro) 19 anos, comunicou-me que estou incluído num processo de despedimento colectivo. A reestruturação da empresa e o facto de considerar o meu salário elevado para aquilo que é o seu plano de negócio, tornou-me dispensável.

Nunca me tinha acontecido. Em 27 anos de carreira. Mas não foi sequer uma surpresa, porque desde que começou a remodelação na empresa congénere espanhola se esperava pela "pancada", nem me espantou, porque conheço, sem ninguém me ter contado, os planos da casa mãe para as revistas de países periféricos com mercados pequenos. Como a MOTOCICLISMO e Portugal.

Não estava disposto a fazer parte de um projecto que visa transformar este produto - considerado e admirado por leitores e anunciantes - numa revista "romena" de inspiração germânica. Por isso, ainda bem.

Desejo sorte aos meus colegas que lá irão continuar. Bem vão precisar.

Perguntaram-me hoje se estava desiludido. Não, não estou. Não me posso desiludir porque nunca me iludi. Porque também nunca alinhei no "lambebotismo" de alguns que por lá (ainda) continuam, eternos sobreviventes de todas as crises. Sabia que, um dia, este momento ía chegar.

Sinto-me aliviado.

Vou cumprir com honestidade e lealdade - como sempre o fiz - os meus últimos tempos ao serviço da motor press Lisboa, a empresa que no meu percurso curricular mais me deu e à qual mais me entreguei.

A vida é feita de ciclos. Quando este acabar, outro se iniciará.

16 de novembro de 2009

Hill climb

Aqui na "estrada" costumo referir com frequência esse desporto genuinamente americano que é o "flat-track", ou "dirt-track", e aqui também já aludi ao "board-track", as corridas em pista de madeira do início do século passado, bem como às "desert races". Para completar o leque de vertentes radicais do motociclismo "american style", faltava referir o "hill climb" na versão subida impossível.

Que consistia, como está bom de ver, em tentar atingir o topo de uma colina, cuja inclinação se acentua à medida que se sobe, seguindo em linha recta. O vencedor era o que, não o atingindo, caía mais perto do topo. Ficam aqui belas imagens de outras épocas.

14 de novembro de 2009

Ícones com asas

Os aviões da II Guerra Mundial são hoje verdadeiros objectos de culto, não só como produtos da aeronáutica, também por serem ícones da engenharia mecânica e superiores representantes de uma estética alinhada com a época em que "viveram".

É o caso dos Grumann F6 Hellcat, do belíssimo Vought F4U Corsair e do Republic P47 Thunderbolt, todos equipados com o motor Pratt & Whitney radial de 18 cilindros e que serviram brilhantemente a US Navy e os Marines no Pacífico. Fotos, cortesia do airliners.net.

13 de novembro de 2009

Sexta à noite

Melhor e (ainda) mais bonita

A Triumph apresentou em Milão uma nova versão da emblemática Speed Triple. Mais bonita nesta decoração vermelha com faixa central branca e melhor no conjunto de suspensões Ohlins que - contaram-me - marca o início de uma colaboração que se espera longa e frutuosa.

Eles não fazem corridas na estrada

Em 1991, quando começámos a MOTOCICLISMO, efectuámos uma campanha de segurança inédita. Sob o lema "Ele não faz corridas na estrada", António Oliveira (MX), António Lopes (Enduro) e Manuel João (Velocidade), Campeões Nacionais à época, deram a cara pela ideia, que surgiu em forma de dupla página nas primeiras edições da revista.

Falava-se muito em "enlatados" e nos seus malefícios, mas ninguém surgia como uma ideia decente que pusesse as pessoas a pensar. A PRP mantinha o seu discurso de sempre, deslocado no tempo e no modo, virado para os utilizadores das "nacionais", e a FNM tinha outras "prioridades".

O governo australiano, contando com a colaboração do seu multi-Campeão mundial Michael Doohan, lançou uma campanha cujo espírito é o mesmo e com uma montagem de imagens muito bem conseguida. Veja.

12 de novembro de 2009

Nightster 1200

...E a Nightster 1200 é outra das minhas preferidas de quantas, actualmente, preenchem o catálogo da Harley-Davidson. Aliás, estive quase a comprar uma... Na recente apresentação da gama 2010, a H-D expôs a Cross Bones que mostrei no post anterior e esta Nightster, bem equipada com as peças do catálogo de extras da casa americana.

Cross Bones

A Harley-Davidson propõe uma alternativa estética, por via do seu imenso catálogo de acessórios, da Softail Cross Bones, uma das mais interessantes propostas actuais da marca americana. Na minha humilde - e tendenciosa - opinião.

Stoner acaba em "alta"

Ao concluir os testes pós-GP, em Valência, no topo da tabela de tempos, Casey Stoner demonstrou que podia ter ganho no Domingo anterior a sua terceira corrida consecutiva após o regresso. Provou, pelo menos, que estaria na luta com Pedrosa. Mostrou ainda que será forte candidato no proximo ano.

Lorenzo e Pedrosa foram os únicos a conseguirem acompanhar a boa prestação do australiano.

Estes três serão, novamente, os maiores adversários de Rossi na próxima temporada, para tudo recomeçar em 2011 quando se prevê, a mais de um ano de distância, que possam haver muitas e significativas mudanças de "jersey".

Nota positiva para o desempenho de Hayden que parece finalmente estar a "aprender" a lidar com a GP9 e, claro, para Ben Spies. Apesar de oitavo na tabela dos tempos conseguidos nos três dias (e só rodou em dois), o texano acaba por dar um sinal muito positivo na rápida adaptação às particularidades e "manias" das "oitocentos" de Grande Prémio.

10 de novembro de 2009

Lorenzo American Way

New kids on the block

Spies (Yamaha Tech3), Simoncelli (Honda Gresini), Bautista (Suzuki), Barbera (Ducati Aspar) e Ayoama (Honda Scot) em Valência. Sobre os tempos escreverei amanhã.