23 de outubro de 2011

SuperSic

Não era sequer um piloto pelo qual sentisse, pessoalmente, grande admiração. Apesar da sua forma extrovertida e muito latina de ser. De criar amigos com facilidade e de ter uma forma "quente" de estar no desporto. Mas, sim, admirava-o. Por essas razões.

Marco Simoncelli, 24 anos, natural de Cattolica, terra de profundas tradições motorizadas, era um talento em estado puro. A sua vontade superava, por vezes, o seu talento. Ficará por apurar, ou não, se a sua última queda terá sido exemplo dessa sua "imagem de marca". SuperSic era, pela sua maneira de ser, o contrário de quase todos os pilotos que hoje ocupam o paddock do MotoGP.

Não chegaremos a saber até onde poderia ir Simoncelli na sua carreira. Mas, apesar da passagem breve pelo palco máximo do motociclismo, Simoncelli (como Daijiro Kato antes), dificilmente será esquecido.

R.I.P.

16 de outubro de 2011

Stoner melhor que Rossi

Parece cada vez mais claro, Casey Stoner "corre o risco" de ser considerado melhor que Rossi. Corre? Claro que corre!

É evidente que não me refiro a estatísticas, nem quero, principalmente, apagar, ignorando, o passado glorioso e imaculado (até agora) do talentoso italiano que foi Campeão do Mundo em 125, 250, 500 e MotoGP 990 e 800, sendo que, na classe rainha, ganhou títulos com Yamaha e com Honda. Stoner não fez nada disso... "Limitou-se" a ser Campeão do Mundo de MotoGP 800 com a Ducati quando se dizia ser a melhor moto desse ano. E era-o indiscutivelmente. Até hoje.

Hoje, Casey Stoner, no dia do seu aniversário, voltou a conseguir o título máximo do motociclismo e a oferecer à Honda o primeiro galardão na classe de 800cc, provando que o primeiro construtor mundial, afinal, também era capaz de ganhar e que só a sua cega aposta num cada vez mais desolante Pedrosa, impediu que tal acontecesse antes. E, também, provar que a Honda podia ganhar sem uma moto desenvolvida por Rossi.

Não quero, também, insinuar que Stoner é melhor que Rossi porque, no mano-a-mano, em duelo directo, como naquela inesquecível disputa de Laguna Seca, o italiano bateu o australiano. Mas aí não é só talento, é feitio!

Quando Livio Suppo deixou, discretamente, a Ducati e partiu para a Honda levou um plano. E esse plano, entre outras coisas, consistia, no essencial, em devolver a hegemonia da marca na categoria, apoiando-se naquele que, na opinião do "manager" transalpino, seria o único piloto capaz de bater Valentino Rossi, estivesse este aos comandos da moto que estivesse.

A época brilhante de Stoner deu-lhe razão.

O piloto da Honda foi mais forte, não apenas porque teve a melhor moto (e teve!), mas também porque soube dela tirar partido de forma inequívoca e inquestionável. Como Rossi antes fazia, afinal. O sucesso de Stoner crescia, ao longo da época, com o passar das corridas, na mesma proporção que o "desaire" da ligação Rossi/Ducati evoluía para mais caricatos e rebuscados episódios.

No fim, a observação dita uma única verdade: Stoner, que foi o único piloto a fazer ganhar a Ducati 800, venceu no seu primeiro ano aos comandos de uma moto diametralmente oposta à anterior. No reverso dessa mesma medalha, Rossi sucumbiu à "síndrome vermelha" que antes envergonhara um piloto talentoso como Marco Melandri, no primeiro ano em que se viu aos comandos da moto de Borgo Panigale, desentendendo-se de tal maneira que obrigou a sua marca, de infinitamente mais pequenos recursos que os gigantes japoneses, a desdobrar-se na procura de soluções, nenhuma delas à altura do talento de Sua Majestade. Nem o "Feiticeiro de Oz", Jeremy Burgess, lhe valeu desta vez. O Super-Homem é, afinal, Clark Kent.

Rossi voltará aos dias de glória? Claro que sim. Mas dificilmente com a mesma facilidade, autoridade e arrogância que antes. Stoner não vai deixar.



10 de outubro de 2011

Campeão do Mundo

O Hélder Rodrigues é o primeiro Campeão do Mundo de motociclismo português. A proeza - e acreditem que é! - foi alcançada por um piloto que desde jovem revelou os talentos, a técnica e a persistência para chegar ao topo. "Primus inter pares".

Mas ao Hélder, que tem um palmarés recheado, nunca faltou humildade e simpatia para com a imprensa e para todos os que o rodeiam, a começar pelos fãs. O Hélder - confessava-me alguém próximo de si e um dos seus principais apoiantes, hoje, na recepção da Portela - "não esquece quem o apoia e não vira as costas a quem o ajuda". Pergunto: neste e noutros desportos haverá muitos sobre quem se possa dizer o mesmo, numa sociedade cada vez mais "desumanizadamente" competitiva e fria?!... Também por isso, ou principalmente por isso, o Hélder merece este título. Os que o apoiaram, acreditando sempre, também.

E agora que venha a vitória no "Dakar".


6 de outubro de 2011

Steve Jobs

Este homem quis mudar o mundo. E mudou!