26 de junho de 2011

Já está!

Só custa a primeira...

23 de junho de 2011

Southsiders x Eastside

Gente que sabe da vida...

SOUTHSIDERS X EASTSIDE from GREENFILMS on Vimeo.



Via: RocketGarage.

6 de junho de 2011

Motantic 2011

Decorreu em Vila Nova de Poiares a primeira edição do Motantic. Uma ideia original que pôs motos clássicas no jardim, para apreciadores apreciarem e compradores comprarem. O mentor é o meu amigo de longa data Mário Campos. Apesar da simplicidade da coisa (ou por isso) e da falta de algumas máquinas de décadas anteriores a 70, a segunda edição é obrigatória.

2 de junho de 2011

REVtv, primeira temporada: o balanço


Terminou a primeira temporada do REVtv, o primeiro programa de motos a ser inteiramente produzido em Portugal, por meios próprios e emitido na televisão nacional. Nunca, ninguém antes o tinha feito.

Os factos:

O REVtv esteve no ar entre 30 de Janeiro e 15 de Maio na TVI24, numa série composta por 13 episódios originais e dois "best of". Entre estreias e repetições, o REVtv foi para o ar 72 vezes neste período.

O REVtv nº1, o primeiro a ir para o ar, teve, somadas a estreia e as repetições, 258.243 espectadores! A emissão com mais gente a ver, foi a da repetição desse primeiro episódio, às 00h30, com 121.743 espectadores.

O REVtv teve um episódio (nº1) visto por mais de 250 mil pessoas, dois (nº2 e nº6) acima das 100 pessoas e um (nº3) acima das 150 mil pessoas. O programa menos visto teve 30 mil espectadores (nº4). O segundo menos visto teve 70 mil espectadores (nº11). Estas oscilações prendem-se com o número e horário das repetições. Um programa repetido menos vezes e num horário da madrugada tem, logicamente, menos espectadores (a explicação parece simples, mas já houve quem não a tivesse percebido).

No total, o REVtv teve... 1.272.240 espectadores. Um milhão, duzentos e setenta e dois mil, duzentos e quarenta espectadores!

Estes números, porém, ainda não incluem os espectadores na TVI Internacional, nem as visualizações dos programas no site da TVI24 (www.tvi24.iol.pt)

A opinião:

É fácil perceber que, do ponto de vista prático, tendo em conta as circunstâncias, o REVtv foi um sucesso. Afirmo-o com orgulho e sem falsas modéstias. Foi pensado para ser um programa sobre motos, de fácil "leitura", de entretenimento mais do que de "binários e cambotas", vocacionado para todos os que gostam de motos e, especialmente, para os que, por via do acesso às 125cc, agora chegam a este mundo. Penso que a missão foi cumprida com galhardia, boa disposição e uma dinâmica que poucos poderiam esperar entre gente que nunca se havia metido em semelhante "barco". À total inexperiência minha, do Hugo (Ramos) e do Manel (Portugal) contrapunha-se o à-vontade, a simpatia e a beleza da nossa motociclista televisiva, a Susana Bento Ramos, sem dúvida um dos nossos maiores trunfos. Os elogios que recebemos de pessoas de universos muito distintos, nas motos e a quem com elas não se relaciona, provam o que afirmo.

Do ponto de vista profissional e pessoal, orgulho-me do REVtv. Não só pelo seu pioneirismo, mas pela qualidade e dinâmica conseguidas à primeira. Há mais para fazer, há mais para melhorar, há outras 'estórias' para contar, mas o essencial está lá.

Infelizmente, o impacto do REVtv no sector das motos em Portugal foi, motociclistas à parte, uma grande desilusão. As empresas do sector ignoram-no ou, simplesmente, assobiaram para o lado enquanto nós, substituindo-nos em muitos casos (já lá iremos) às próprias empresas que vendem motos, investimos e mantivemos um programa de motos na televisão durante três meses. Tirando duas honorabilíssimas excepções, a maioria não apoiou o programa, patrocinando-o como seria de esperar. Mais: nalguns casos, não só não o patrocinaram, como nem sequer se preocuparam em emprestar motos para aparecerem no programa. Dezasseis semanas esteve o programa no ar e houve gente com responsabilidades na área comercial de algumas marcas que nunca o viu...

E aqui é que está o problema. O risco de encontrar o financiamento para um programa deste tipo é de quem o produz. O risco é assumido. Umas vezes ganha-se, outras perde-se. Mas, que mal irá um sector que se dá ao luxo de ignorar o maior meio de divulgação do seu próprio produto, a televisão. Aquela emissão das 00h30 chegou a um número de pessoas que a imprensa especializada em papel leva meses a atingir!!! Aquele emissão apenas, chegou a mais gente que dois Salões da Batalha juntos. E no entanto, as marcas de motos em Portugal aplicam a maior fatia dos seus budgets destinados a publicidade nas revistas da especialidade e no Salão da Batalha. E falamos de uma só emissão. 120 mil pessoas. Se quisermos falar dos 258 mil que viram o primeiro programa... ou do milhão de espectadores que a série teve, então estamos perante uma realidade a que as marcas de motos jamais em Portugal tiveram acesso. Em que outra iniciativa, em que formato, em que momento, as empresas que vendem motos no nosso país chegaram a uma plateia superior a um milhão de indivíduos?..

Onde está o erro? Eu sei. Talvez o escreva um dia...

Por outro lado, o REVtv fez autêntico "serviço público", preocupando-se com a segurança e a postura cívica de quem anda de moto, substituindo-se não só aos organismos públicos mas, mais uma vez, às próprias marcas (excepção feita à marca que apoiou esta rubrica no programa). No entanto, se considerarmos que, com a Lei das 125cc aprovada há quase dois anos, os distribuidores e importadores, no seio da ACAP, ainda não se conseguiram organizar e entender para promover uma campanha que leve a mensagem das motos ao público - campanha essa cujo budget previsto era bem superior ao que custa o patrocínio de uma temporada inteira do REVtv - então talvez não seja preciso acrescentar muito mais.

A TVI24, manifestando o seu agrado pelo trabalho desenvolvido, apresentou-nos de imediato o contrato para a série prosseguir sem interrupções. Mas a factura que um projecto deste tipo representa obrigou-nos à paragem. É caso para dizer que, neste momento, não há um programa de motos na televisão porque, paradoxalmente, as marcas de motos não o apoiam. Esta é a realidade.

Conclusão:

Perante isto, resta ao REVtv uma só saída. Procurar financiar-se fora do sector das motos para poder dar sequência ao seu trabalho e arrancar com a segunda temporada na "nova grelha" de Setembro/Outubro. Mas será essa a melhor opção para o sector? Será que as marcas querem que passe na televisão um programa do qual estão completamente divorciadas? É essa a mensagem que querem fazer chegar aos seus potenciais clientes?... Acredito que não. Por isso também tenho esperança em que, até Setembro, alguma solução possa ser encontrada dentro do próprio sector.

Vítor Sousa

A opinião aqui expressa é pessoal, enquanto co-autor e apresentador do REVtv, não oficial, e efectuada no âmbito deste blog, não vincula, por isso, a produtora, a estação que o pôs no ar e os restantes autores.