2 de janeiro de 2010

Justíssimo

Tal como sempre acontece nas passagens de ano e - neste caso é o que interessa - de década, os meios de comunicação apresentam os mais variados balanços, resenhas, apanhados, resumos e retrospectivas do tempo que findou.

Os jornais europeus mais importantes que tratam da "coisa" desportiva (os italianos Gazzetta dello Sport e TuttoSport e os generalistas espanhóis El País e El Mundo, por exemplo) não hesitaram em considerar Valentino Rossi como um dos mais importantes atletas da década agora terminada. Nem podia ser doutra forma. Com sete títulos conquistados na classe rainha do motociclismo desde o ano 2000, Rossi colocou-se, dependendo dos rankings, a par ou à frente de "pesos pesados" como Usaín Bolt e Roger Federer.

Mesmo o prestigiado, e frequentemente "caseiro", diário desportivo francês L'Équipe "votou" Rossi como o terceiro melhor da década, atrás de Bolt e Federer, mas à frente de Messi e, vá lá, o piloto de ralis Sebastien Loeb. Não deixa de ser sintomático que nos primeiros lugares destas listas não apareça nenhum piloto de Fórmula 1.

Este mérito ninguém poderá roubar ao piloto de Tavullia, mas para sermos mesmo justos teremos de considerá-lo um dos melhores atletas de sempre (o futuro próximo poderá continuar a confirmá-lo) e o maior do motociclismo desportivo. É que Agostini, com um reinado (por enquanto) mais longo, nunca teve a oposição (em qualidade na quantidade) do seu compatriota.

5 comentários:

  1. É difícil acrescentar mais alguma coisa, no entanto há um aspecto que pode ser, e é justo que seja, salientado.

    Trata-se da popularidade que Rossi trouxe à modalidade, graças ao seu carisma pessoal e à sua soberba gestão de imagem, coisa que lhe é completamente natural e que teve como consequência elevar a mais alta competição motociclistica a um ponto onde ela nunca esteve e que, sem ele, nunca estaria.

    O ser mais comum deste mundo, afastado de tudo o que sejam motas, sabe quem é "o Rossi", o que é que ele faz e se ganhou ou não. Não lhes façam mais perguntas, digam só "o Rossi" e eles sabem do que se está a falar.

    E isso não tem preço, é por si uma proeza que nunca ninguém tinha conseguido e que deixou uma modalidade a viver praticamente à custa de uma pessoa. Todos lhe devemos pelo menos isso, e não é pouco, é só a maior proeza que alguém conseguiu até hoje no motociclismo de velocidade, colocá-lo no palco mediático global.

    Grazie, Vale.

    Só mais uma nota. A habitual ignorância/oportunismo da comunicação social cria sempre dois fins de década/século/milénio. É evidente que a década só acabará a 31 de Dezembro de 2010, pelo que daqui a um ano estarão de novo a falar dos melhores da década, mas o que se há-de fazer, se eles decidem que é agora que acaba, pois que acabe, embora ainda falte um ano.

    Post scriptum - Reparei agora que o "Pela estrada fora" tem neste momento 46 seguidores, o número do campeão. Também este blogue tem conseguido essa proeza notável de dignificar a escrita sobre motociclismo, conjugando-a com uma sempre pertinente reflexão sobre a nossa sociedade, fazendo-o com grande qualidade e de forma desassombrada. Um verdadeiro fenómeno, também. Uma aposta conseguida do que irá ser sem dúvida "o blogue da década". ;-)

    ResponderEliminar
  2. E este foi certamente o "comentário da década". Pelo menos dos seus primeiros nove anos... Obrigado César e continua por favor a brindar-nos com comentários que, inequivocamente, enriquecem este blog.

    ResponderEliminar
  3. É verdade, não se pode falar em motociclismo de velocidade sem pensar nesse "ragazzo" italiano e no que de bom tem feito por esta modalidade! E outra coisa é verdade, é que essa mesma modalidade terá muito a perder no dia em que ele decidir pendurar o fato e capacete!

    Um excelente 2010 a todos!

    ResponderEliminar