12 de janeiro de 2010

Zeel

O grau de exigência competitiva do actual MotoGP (não confundir com espectacularidade), leva as marcas a não descurar nenhum detalhe. As formações devem ser máquinas de organização, método e eficácia.

Por isso procuram trabalhar com os melhores. Pilotos, engenheiros, mecânicos, chefes de mecânicos, especialistas em telemetria, electrónica... Mas, para gerir toda esta orquestra e pô-la a tocar afinada, não se passa sem um maestro. E nas equipas de competição motorizada esse homem é o Chefe de equipa. Todos o têm. E os melhores são, muitas vezes, os mais discretos.

No rescaldo da excelente época de 2009, a Yamaha terá sentido que faltou algo do lado da boxe que pertencia a Jorge Lorenzo - como quando, estando em vantagem sobre Rossi, se deitava a perder a preciosa posição - e com o aproximar do fim do ano percebeu-se que Daniele Romagnoli, por vontade própria ou imposta, não continuaria junto do espanhol. O seu lugar - foi agora oficializado - vai ser ocupado por Wilco Zeelenberg.

O experiente "manager" holandês e ex-piloto fez, com sucesso, uma época decisiva no Mundial de Supersport, "levando" Cal Crutchlow à conquista do título mundial, pondo assim termo à série de sete títulos consecutivos conquistados pela rival Honda.

Conheci Wilco Zeelenberg como piloto do Campeonato do Mundo de 250cc, onde correu entre 1988 e 1995. Vi-o conquistar a sua única vitória em GP, na Alemanha em '90. Wilco não tinha o talento da maioria dos seus rivais. Era um bom piloto, com técnica, que cometia poucos erros, mas não era um fora de série, apesar dos 11 pódios conqusitados naquele período. Mas era, já se notava, alguém que levava muito sério a sua profissão, com elevada capacidade de organização e método. Era um pensador das corridas.

A sua presença ao lado de Lorenzo poderá ser bastante benéfica para o piloto espanhol. A temporada está quase aí para o confirmar.

Uma curiosidade: Zeelenberg estreou-se no Campeonato do Mundo de Velocidade em 1986, na categoria de 80cc, tendo feito a primeira temporada completa, na mesma cilindrada, no ano seguinte. Pilotava uma Casal.

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