20 de setembro de 2010

A morte de um sonhador

Hoje recebi a notícia da morte de um amigo. Uma morte triste e só. Como tristes e sós foram os últimos anos da sua vida, tomados por uma vertigem sem explicação que o isolou dos outros e dele próprio.

Morreu, não sei porquê, o Gabriel. Encerrado no seu mundo, talvez. Mas tão distante do talento que nos serviu, da fina ironia e da vontade indómita que o movia.

Foi o “meu” fotógrafo durante mais de uma década. Partilhámos milhares de quilómetros, centenas de horas de trabalho, sucessos e fracassos. E a dor da partida do Armando que connosco iniciara a publicação da Motociclismo.

Era um romântico e um sonhador. Dava-se mal com o jogo, nem sempre transparente, das hierarquias, com a frieza empresarial, com a "gestão dos departamentos". A vida não lhe foi fácil. Merecia ter tido melhor sorte. Não sei se fizemos tudo para o manter entre nós. Nunca saberemos.

Ps: tentei ilustrar este post com uma foto do Gabriel. Reparei que não tenho nenhuma. Afinal, era sempre ele que estava atrás da lente.

Ps2: a Motociclismo fez-me chegar esta foto, feita po rele próprio por ocasião do primeiro aniversário da revista, em 1992.

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