A chuva acabou por baralhar a vida a todos. E, na "roleta espanhola", cedo se percebeu que para acabar bem classificado havia que manter a moto direita. Venceu Lorenzo e venceu bem. Ganhou " à Campeão".
Não é preciso ser engenheiro mecânico para perceber que as Honda são, de momento, as motos mais competitivas da grelha. E Lorenzo, Campeão em título, primeiro piloto de uma equipa que viu fugir o seu principal patrocinador e que não tem a capacidade de desenvolvimento técnico do primeiro construtor mundial, sabe-o. A Yamaha vai acabar por lá chegar. Mais cedo ou mais tarde, a M1 vai conseguir nivelar-se com a sua principal rival. Até lá, enquanto espera, Lorenzo sabe que todos os pontos são bons pontos. Por isso não se deixou envolver demasiado nas lutas do início da corrida. Essa atitude defensiva valeu-lhe a vitória. Até porque, quando se chegou ao final da prova e já ninguém "tinha" pneus , a Lorenzo ainda restava uma reserva para garantir o primeiro triunfo da temporada e a segunda visita consecutiva à "piscina" de Jerez.
Pedrosa foi segundo, quando chegou a ser 11º, após o péssimo arranque, mas o esforço efectuado para "remontar", queimou-lhe a borracha que lhe fazia falta no fim para bater Lorenzo. Hayden, que também acabou "nas lonas", conseguiu o terceiro lugar (e primeiro pódio para a Ducati esta época) porque, ao contrário de Spies e Edwards (entre outros...), conseguiu manter a moto em pista.
Stoner podia ter ganho. De novo, como no Qatar, se Rossi não o tem atirado arrastado para o chão. Mas parece que a malapata do australiano com o circuito andaluz voltou a condicionar o seu resultado. Stoner pode ter de se queixar de Rossi, mas as corridas são assim mesmo. E pode queixar-se dos comissários de pista que, inexplicavelmente, ajudaram Rossi a retomar a prova e, simplesmente, ignoraram-no a ele.
Simoncelli provou, a quem duvidasse, que a sua moto é igual às de Stoner, Pedrosa e Dovizioso mas também voltou a revelar a sua falta de tino e estofo para se concentrar no que é realmente importante.
Dentro de um mês, no Estoril, a "luta continua"!
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