16 de fevereiro de 2009

O hábito de ganhar

Nas últimas quatro épocas, ganhou três vezes o Campeonato norte-americano de Superbikes.

Durante os dois últimos anos foram várias as tentativas, efectuadas pelo próprio ou por terceiros, para chegar ao MotoGP. Em 2008, pela primeira vez aos comandos de uma moto de Grande Prémio, repleta de electrónica, leve e exigente como nunca foi a sua GSX-R 1000, num traçado particular como é o de Donington, qualificou-se em oitavo à frente de muito boa gente… foi 14º na corrida. Em Laguna Seca, de novo com a GSV-R da equipa oficial, foi 13º na qualificação, mas acabou em oitavo. Na terceira oportunidade, em Indianapolis, na estreia do novo circuito, qualificou-se em quinto e foi sexto na corrida, o melhor dos pilotos da marca. A impossibilidade da Suzuki alinhar mais uma moto em 2009 e os “plantéis” fechados nas restantes equipas de fábrica deixaram-no fora do MotoGP.

Ben Spies é um caso sério do motociclismo de velocidade actual. Parece-me que ainda não lhe deram o crédito adequado ao seu talento. A Yamaha já percebeu. Deve estar a pagar-lhe uma fortuna, mas palpita-me que o texano irá devolver tudo o que a marca apostar nele. Em resultados. Kevin Schwantz, que não é muito de se enganar, já disse que Spies poderá ser o primeiro “rookie” Campeão do Mundo em Superbikes.

Spies tem o hábito de ganhar. Quem o vê, nota aquela serenidade que vem da confiança que se tem no que se faz. A força contida à espera do momento da explosão.

É certo que o campeonato AMA de Superbikes não é o mais competitivo do mundo; ainda assim um palmarés com 38% de vitórias, 57% de poles, 80% de corridas acabadas nos dois primeiros, 92% de pódios e 75% de campeonatos ganhos numa estatística que inclui a época de estreia, não é certamente de descurar. Se pensarmos que tem apenas 24 anos é fácil imaginar aqui o futuro sucessor de Rossi na equipa de MotoGP, numa caminhada que poderia passar pela substituição de um dos pilotos da Tech3 em 2010 e a ascensão à formação principal em 2011.

Mas antes, Ben Spies tem um Campeonato do Mundo de Superbikes para ganhar numa temporada em que vai correr desconhecendo a maioria das pistas. Vamos segui-lo com atenção.

Sem comentários:

Enviar um comentário