14 de julho de 2009

A “malinha das pizzas”

Não sei o que deu aos motociclistas portugueses, mas a verdade é que aderiram em peso à moda da “malinha das pizzas”, tecnicamente conhecida por “top-case”. É uma febre que atinge, freneticamente, novos e velhos e, indiferentemente, qualquer tipo de moto, das mais simples utilitárias, às trail, passando pelas custom e até desportivas.

Confesso que não percebo. Pergunto aos meus amigos e eles dizem-me que é porque “dá jeito”. Dá jeito a quê? A menos que se seja distribuidor de pizza ou de encomendas rápidas não vejo qualquer utilidade prática que justifique a utilização diária do inestético malão.

Devia haver uma ASAE motociclística que obrigasse a malta a parar e abrir as ditas para espreitarmos lá para dentro. Aposto que a (larga) maioria anda a maior parte do tempo vazia!!!

O top-case está para a actualidade como o lencinho parolo atado no “pisca” está para os anos 1990. Estes tiques de equipamento são muito mais próprios dos “enlatados”. Tinha uns primos da minha Mãe que juntavam ao indispensável carpélio na chapeleira com o cãozinho a abanar a cabeça, uns cortinados nos vidros traseiros (verídico). Hoje, nas motos, como não podem pendurar o crucifixo no retrovisor ou forrar o encosto de cabeça com a bandeira nacional, montam um top-case!

A menos que seja para facultar um encosto à patroa. De resto é uma forma pouco inteligente de roubar um ou dois mil quilómetros à longevidade de um pneu e pôr a moto a gastar mais gasolina todos os dias devido à deficiente aerodinâmica.

6 comentários:

  1. E ainda temos o carpélio das motas, essa praga que é a capinha do zorro no depósito...

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  2. Tenho uma bacana para te entregar com oferta de uma coca cola e dois pastéis de nata

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  3. Deves estar a esquecer-te que a minha top-case até já transportou uma carta tua (aliás, em A4:-) até muito longe...
    Não querias que chegasse toda amarrotada a Bruxelas, pois não? :-)

    PostScript: O facto de não usares luvas nos carros já te levou a "arrancar" o porta-luvas? E o porta-bagagens? Está sempre cheio? E os assentos dos passageiros? Costumas arrancá-los quando conduzes sozinho? Tanto peso-extra...:-)

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  4. Argumentos irrefutáveis, amigo Rodrigo.... (sai uma quatro estações, faxavôr...)

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  5. Com todo o respeito que tenho pelo Vitor e o seu trabalho que sigo desde 1992, este preconceito é despropositado. No meu caso, tendo um filho, uma esposa com horários muito complicados, todas as (raras) oportunidades para andar de mota são boas! "É preciso comprar peixe, pão e queijo? Deixa estar que eu vou lá, de moto,com top-case!". Já várias vezes me arrependi de não ter levado a top-case na minha moto, e outras adorei ter levado quando de repente vi algo que quis comprar e assim pude levar para casa. Nas motos actuais, nem há espaço debaixo do banco para levar uma rede "aranha"! As motos são pouco práticas por natureza (em termos de capacidade de carga), e a top-case permite torná-la quase tão prática como uma scooter (em termos de capacidade de carga). Pode não ser bonito para alguns, para outros é muito prático e dá muito jeito. Comparar as modas ridiculas e totalmente desprovidas de qualquer sentido prático mencionadas com um acessório que permite utilizar a moto em mais situações, evitando o recurso ao carro, é por isso despropositado. Live and let live...

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  6. Caríssimo Rui, É evidente que tens toda a razão. Os "top-cases" não são uma preconceito, são mesmo uma embirração. Digo-o com humor e boa disposição. Aliás, este post tem sido alvo de inúmeras brincadeiras entre aqueles que me conhecem e me que ameaçam frequentemente oferecer-me uma pelo Natal... Um grande braço.

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