12 de abril de 2010

Começou

Cinco meses durou a espera. Longo foi o Inverno do MotoGP entre as temporadas de 2009 e a de 2010 que arrancou, finalmente, ontem, no Qatar.

E arrancou bem, com emoção, espectáculo, uma invulgar luta pelos lugares da frente e um número de ultrapassagens que há muito víamos arredado da classe raínha. Não só ultrapassagens, mas pilotos que, tendo sido ultrapassados e perdido tempo, recuperavam o tempo e a posição. Isto sim, há muito não se via.

Ganhou Rossi, o que não era esperado. esperado é que ganhasse Stoner, mas o australiano, que se impusera nos últimos três anos na principal corrida do programa, depois de sair da "pole", caíu quando liderava e se afastava dos perseguidores.

Ganhou Rossi e conseguiu importante avanço sobre o seu rival da Ducati nas contas do campeonato que, é certo, só agora começou. Foi segundo Lorenzo, beneficiando de um final de corrida incrível por parte das Yamaha que conseguem funcionar como nenhuma outra quando os pneus já deram o que tinham a dar. Ben Spies, colocou a terceira Yamaha nas cinco primeiras posições (com duas com dois primeiros lugares), o que (re)confirma a M1 como a melhor moto da grelha.

Ganhou Rossi, mas acabou sem gasolina na volta de consagração. Terá o duelo com as Honda - Pedrosa inicialmente, Dovizioso depois - obrigado o quatro cilindros japonês a beber mais do que o previsto?...Ganhou Rossi e ganhou bem, porque numa corrida em que tanto se falou de velocidade de ponta, o italiano pilotava a moto que, de todas, era a menos veloz em ponta!

Dovizioso foi terceiro. Bateu-se bem. Heroicamente. Fez com que os comentadores começassem a duvidar da "crise da Honda" e passassem a falar (ainda em surdina, é certo) da "crise de Pedrosa. Está a fazer bem ao italiano a presença de Livio Suppo (ex-Ducati) na box da marca da "asa dourada". A de Suppo e, ao que parece, a dois engenheiros de telemetria e electrónica "desviados" da Yamaha no final da temporada passada.

Mas talvez "Dovi" não merecesse o pódio . Afinal, apesar da boa corrida e de ter, até, comandado por instantes, só bateu Nicky Hayden em aceleração balística para a linha de meta.

Hayden, esse, renasceu das cinzas. Finalmente ajudado por uma moto que - pelas imagens se percebe - funciona de forma homogénea, faz trabalhar as suspensões e age em sintonia com os pneus. O novo motor "big bang" faz toda a diferença. E o americano aproveita a mudança da melhor forma. Merecia o pódio. Numa corrida em que Stoner desistiu bem cedo, também foi seu o mérito de ter mantido os responsáveis maiores da Ducati "agarrados" aos monitores sem debandarem como acontecia sempre que Stoner abandonava. E essa é, talvez, a maior recompensa do fim de semana para o "rapaz do Kentucky".

1 comentário:

  1. Bom GP. Lutas em todas as classes.
    Surpresa no GP 2.
    Achei curiosa a declaração de Stoner no fim da corrida.
    Então já tinha perdido a frente algumas vezes nas curvas longas, diz que começou a conduzir mais "smooth" e bate o seu tempo imediatamente antes de cair?
    Não sei se já está naquela de "ANTES CAIR DO QUE FICAR ATRÁS DO ROSSI"
    Curiosa também a velocidade de ponta da M1 do Rossi. Foi a mais lenta do pelotão (17ª)o que diz muito do set up.

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