16 de outubro de 2011

Stoner melhor que Rossi

Parece cada vez mais claro, Casey Stoner "corre o risco" de ser considerado melhor que Rossi. Corre? Claro que corre!

É evidente que não me refiro a estatísticas, nem quero, principalmente, apagar, ignorando, o passado glorioso e imaculado (até agora) do talentoso italiano que foi Campeão do Mundo em 125, 250, 500 e MotoGP 990 e 800, sendo que, na classe rainha, ganhou títulos com Yamaha e com Honda. Stoner não fez nada disso... "Limitou-se" a ser Campeão do Mundo de MotoGP 800 com a Ducati quando se dizia ser a melhor moto desse ano. E era-o indiscutivelmente. Até hoje.

Hoje, Casey Stoner, no dia do seu aniversário, voltou a conseguir o título máximo do motociclismo e a oferecer à Honda o primeiro galardão na classe de 800cc, provando que o primeiro construtor mundial, afinal, também era capaz de ganhar e que só a sua cega aposta num cada vez mais desolante Pedrosa, impediu que tal acontecesse antes. E, também, provar que a Honda podia ganhar sem uma moto desenvolvida por Rossi.

Não quero, também, insinuar que Stoner é melhor que Rossi porque, no mano-a-mano, em duelo directo, como naquela inesquecível disputa de Laguna Seca, o italiano bateu o australiano. Mas aí não é só talento, é feitio!

Quando Livio Suppo deixou, discretamente, a Ducati e partiu para a Honda levou um plano. E esse plano, entre outras coisas, consistia, no essencial, em devolver a hegemonia da marca na categoria, apoiando-se naquele que, na opinião do "manager" transalpino, seria o único piloto capaz de bater Valentino Rossi, estivesse este aos comandos da moto que estivesse.

A época brilhante de Stoner deu-lhe razão.

O piloto da Honda foi mais forte, não apenas porque teve a melhor moto (e teve!), mas também porque soube dela tirar partido de forma inequívoca e inquestionável. Como Rossi antes fazia, afinal. O sucesso de Stoner crescia, ao longo da época, com o passar das corridas, na mesma proporção que o "desaire" da ligação Rossi/Ducati evoluía para mais caricatos e rebuscados episódios.

No fim, a observação dita uma única verdade: Stoner, que foi o único piloto a fazer ganhar a Ducati 800, venceu no seu primeiro ano aos comandos de uma moto diametralmente oposta à anterior. No reverso dessa mesma medalha, Rossi sucumbiu à "síndrome vermelha" que antes envergonhara um piloto talentoso como Marco Melandri, no primeiro ano em que se viu aos comandos da moto de Borgo Panigale, desentendendo-se de tal maneira que obrigou a sua marca, de infinitamente mais pequenos recursos que os gigantes japoneses, a desdobrar-se na procura de soluções, nenhuma delas à altura do talento de Sua Majestade. Nem o "Feiticeiro de Oz", Jeremy Burgess, lhe valeu desta vez. O Super-Homem é, afinal, Clark Kent.

Rossi voltará aos dias de glória? Claro que sim. Mas dificilmente com a mesma facilidade, autoridade e arrogância que antes. Stoner não vai deixar.



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