As dificuldades são visíveis no paddock de Supersport. Em Portimão apenas 14 motos marcaram presença para os treinos de início de temporada, apesar da grelha prever 21 motos. Estará o nível do campeonato de algum modo comprometido? Pedimos a opinião de Miguel Praia.
"Sim, o nível do campeonato poderá estagnar, ou melhor, talvez não o nível mas o fosso entre as equipas de topo e as outras. A Kawasaki e a Ten Kate cumpriram um programa de testes de inverno mais intensivo do que tinham feito no ano passado, devido à necessidade que têm de tentar recuperar a competitividade perdida; nós não, porque não temos meios comparáveis. As pequenas e médias equipas não têm capacidade financeira para acompanhar esse ritmo e isso pode cavar um fosso maior entre privados e oficiais. Houve muitos que não vieram a Portimão e os que vieram foi com meios limitados. Em matéria de competitividade, os da frente vão andar mais e melhor, como sempre, e os que estão mais limitados vão 'marcar passo'."
Mas não foi certamente por dificuldades financeiras, que a Galp abandonou o projecto Parkalgar. Uma decisão que deixa toda a gente ligada às duas rodas (e os muitos fãs da equipa, de Miguel Praia e habituais consumidores de óleos e combustíveis...) verdadeiramente incrédulos.
"Sinceramente, por vezes, não entendo a estratégia de marketing das marcas portuguesas. Se do ponto de vista desportivo a equipa não tivesse o retorno conseguido numa outra modalidade... agora, com os resultados que a equipa está a conseguir, tendo em conta o protagonismo que tem face ao investimento que as empresas estavam a fazer para estar presentes, era um retorno fantástico para aquilo que estava a investir... Se falarmos da Galp, que vende óleos e combustíveis, tinha aqui um parceiro que promove de uma forma exemplar o seu nome, vencendo corridas, e uma excelente oportunidade de testar e desenvolver os seus produtos e não o faz. Isto deixa-me bastante triste, não só como piloto, mas como português. Se temos tudo: protagonismo, retorno, performance, profissionalismo naquilo que fazemos, os números e os resultados estão à vista... não sei o que falta ao nosso projecto e que outros possam ter. Ou se calhar sei, mas são coisas que politicamente não se podem dizer. Entristece-me bastante."
E o que a Galp desaproveitou, a Elf vai aproveitar...
"Exactamente. A Elf não perdeu tempo e é uma marca que sabe melhjor que ninguém que qum compra um produto de qualidade, compra-o pela performance, pelas suas características e, nesse sentido, aliar-se a uma equipa vencedora é a melhor estratégia que há. A Galp, pelos vistos, pensa que o futebol poderá ajudar a vender os seus óleos. Eu nunca compraria um óleo porque ser o que o Cristiano Ronaldo usa no motor, pois isso não é garantia nenhuma de qualidade..."
A "Estrada" deseja ao Miguel Praia, ao Eugene Laverty e a toda a equipa Parkalgar as melhores felicidades e sucessos para a temporada que aí vem.
Toda a sorte do mundo para o Miguel e para a equipe.
ResponderEliminarGALP:
Há horas que tenho vergonha do país em que nasci.